O reino de Deus não pode permanecer em segredo

Quando nos unimos a algo que sem dúvida fará com que o mundo nos odeie, é natural querermos mantê-lo em segredo. Para que provocar problemas? Vamos deixar em silêncio. Mas nosso Rei não permite que guardemos seu reino em segredo: “O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados” (Mateus 10:27).

Devemos lembrar que uma pessoa não pode nem sequer ver o reino de Deus se não tiver nascido de novo. Portanto, como poderá alguém saber deste reino a não ser que nós, os que nascemos de novo, lhes contemos? Jesus não contratou uma agência publicitária para anunciar seu reino. Em vez disso, ele comissionou a todos seus cidadãos a serem seus porta-vozes.

Logo que Jesus regressou do deserto após seu batismo, começou a pregar imediatamente. E o que pregou? Mateus nos diz: “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:17). Jesus não demorou em viajar por toda a Galiléia, pregando o “evangelho do reino”. E rapidamente começou a recrutar outros para que se unissem a seu reino.

Jesus não só ensinou a seus discípulos a respeito do reino de Deus, mas também lhes deu instruções específicas sobre como pregar o evangelho do reino aos outros. Imediatamente após escolher seus doze apóstolos, Jesus enviou-os a pregar. E o que deviam pregar? “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus” (Mateus 10:7). Posteriormente, Jesus instruiu setenta discípulos e enviou-os a todas partes em grupos de dois. Uma vez mais, disse-lhes que após entrarem numa cidade, deveriam curar “os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus” (Lucas 10:9).

Antes da sua morte, Jesus profetizou: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14). E entre as últimas coisas que disse a seus apóstolos foi: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mateus 28:19–20).

De maneira que a pregação do reino não iria terminar quando Jesus deixasse a terra. Seus discípulos deveriam pregar todas as coisas que ele lhes tinha ensinado a respeito do reino. Deveriam recrutar outros cidadãos para o reino. O mundo inteiro escutaria as boas novas deste reino ao contrário! E com o apoio de Deus, ninguém poderia detê-los!

É só se calarem que lhes deixaremos em paz

Não é de se estranhar que fosse este aspecto alvoroçador do reino o que causasse a maior parte dos problemas. Se os discípulos tivessem se retirado ao oásis de algum deserto e tivessem começado ali uma comunidade religiosa, longe do mundo, provavelmente não teria ocorrido nenhum confronto com as autoridades governamentais. Como podemos ver, nem os governos judeus nem os romanos perturbaram as comunidades Qumran perto do Mar Morto (até à guerra de independência dos judeus). Se os discípulos de Jesus tivessem seguido o mesmo estilo, sem dúvida teriam vivido vidas longas e calmas.

Mas isso não teria sido aceitável para o Rei. Ele também poderia ter vivido uma vida longa e calma se tivesse permanecido calado. Mas o Pai tinha enviado a Jesus para o mundo, e não para fora dele. E Jesus fez o mesmo com seus discípulos. Sua missão era a de anunciar as boas novas do reino, e não de ocultá-las!

Por isso, logo que o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos, saíram a pregar Jesus Cristo e a contar do seu reino entre os seus concidadãos judeus. Até então, as autoridades judaicas tinham deixado em paz os apóstolos. Mas isto era demais. Portanto, prenderam os apóstolos e advertiram-lhes que deixassem de falar de Jesus entre o povo. Mas os apóstolos responderam valentemente: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (Atos 4:19–20). Mais adiante, eles disseram às autoridades: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

Pouco depois desse incidente, as autoridades judaicas mataram Estêvão, um dos discípulos. E assim começaram a encarcerar a quantos cristões pudessem encontrar. Mas nem mesmo isso pôde frear o reino de Deus. Os primeiros cristãos que fugiram de Jerusalém anunciavam a palavra por onde quer que iam (leia Atos 8:4). Os cristões do reino não ficam calados! Quando o evangelho do reino chegou a Tessalônica, os judeus que estavam ali protestaram perante as autoridades: “Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui;” (Atos 17:6).

A pregação do reino

Um aspecto fundamental do reino é que não pode permanecer em segredo. O reino tem que ser proclamado! Deve continuar incorporando novos súditos. Quando um grupo de cristões do reino permanece em silêncio, quando perde o interesse em testemunhar, começa a se deteriorar espiritualmente. É como uma corrente de água que deixa de se mover. Logo começam a crescer algas. Com o tempo, a água adquire um gosto ruim e fede a podre. Assim mesmo, os cristões estagnados podem se converter em fedor para seu Rei.

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