OFERTAS
Para os primeiros cristãos “oferecer” significava dar “esmolas” ou ajudar aos povres; pois desta maneira, eles criam, que davam a Deus. Eles ofereceram a de duas maneiras: Primeiro, de maneira individual, ajudavam aos pobres, órfãos, viúvas, presos e anciões. E segundo, ofereceram nas reuniões da igreja “de maneira voluntária,” e o dinheiro coletado tinha o mesmo fim: distribuir-se entre os povres.
I. Exortação e conselhos sobre ajudar aos povres
II. Recompensas por ajudar aos povres
III. Fazer amigos com as riquezas injustas
IV. Como os primeiros cristãos dava no culto
I. Exortação e conselhos sobre ajudar aos povres (Voltar Aporta)
Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes. Mateus 5:42.
Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus. Mateus 6:1.
Então dirá o Rei aos que estiverem ã sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Mateus 25:34-40.
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade. 1 João 3:17-18.
A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo. Tiago 1:27.
Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Tiago 2:15-16.
Deves dar a qualquer que te peça, e não reclamar nada, já que o Pai quer que os bens recebidos de sua própria graça, sejam distribuídos entre todos. Ditoso aquele que dá conforme ao mandamento; o tal, será sem falta. Azarado do que receba. Se algum recebe algo estando na necessidade, não se faz merecedor de reproche algum; mas aquele que aceita alguma coisa sem precisá-lo, dará conta do que recebeu e do uso que fez da esmola.” Didaquê (80-140 d.C.)
Não lojas a mão para receber, nem a tenhas fechada quando se trate de dar. Se possuis alguns bens como fruto de teu trabalho, não pagarás o resgate de teus pecados. Não estejas indeciso quando se trate de dar, nem xingues ao dar algo, porque conheces ao dispensador da recompensa. Não voltes as costas ao indigente; reparte o que tens com teu irmão, e não digas que o teu te pertence, porque se as coisas imortais lhes são comuns, com quanta maior razão deverá ser o perecível? Didaquê (80-140 d.C.)
Façam suas orações, suas esmolas e tudo quanto fizerem, segundo os preceitos dados no evangelho de nosso Senhor. Didaquê (80-140 d.C.)
E eram todos humildes no ânimo e livres de arrogância, mostrando submissão em vez de reclamá-la, mas contentes de dar que de receber. Clemente de Roma (30-100 d.C.)
Esperem o Juizo que vem. Por conseguinte, os que têm mais do que suficiente, procurem aos famintos, enquanto a torre (a igreja) não está finda; porque uma vez que a torre tenha sido terminada, desejarão fazer bem e não acharão oportunidade de fazê-lo. Olhem, pois, os que se alegram em sua riqueza, que os que estão em necessidade não gemam, e seu gemido se eleve ao Senhor, e vocês com seu [abundância de] coisas boas achem fechada a porta da torre. Hermas (150 d.C.)
Faz o que é bom, e de todos teus labores, que Deus te dá, dá a todos os que estão em necessidade generosamente, sem fazer perguntas sobre a quem tens de dar e a quem não tens de dar. Dá a todos, porque Deus deseja que todos recebam de sua abundância. Os que recebem, pois, terão que dar conta a Deus de por que o receberam e a que fim; porque os que recebem em necessidade não serão Juizos, mas os que recebem com pretextos simulados receberão o castigo. Por conseguinte, o que dá é inocente; porque como recebe do Senhor o serviço a executar, executou-o em sinceridade, sem fazer distinção entre a quem dá e a quem não dá. Esta administração, pois, quando é executada sinceramente, passa a ser gloriosa à vista de Deus. Hermas (150 d.C.)
Os que temos, socorremos a todos os povres e nos assistimos sempre os uns aos outros. Por tudo o que comemos, abençoamos sempre ao Criador do universo. Justino Mártir (160 d.C.)
“Quem se compadece do pobre presta a Deus.” Mas ainda que Deus não tenha necessidade de nada, recebe nossas boas obras a fim de dar-nos em volta seus próprios bens, como diz nosso Senhor: “Vingam, benditos de meu Pai, a receber o reino preparado para vocês; porque tive fome e me deram de comer, tive sede e me deram de beber, vaguei peregrino e me receberam, nu e me vestiram, enfermo e me visitaram, no cárcere e vieram ver-me.” Bem como ele não precisa destas coisas, e no entanto quer que as façamos em favor de nós mesmos, assim também o Verbo mesmo mandou ao povo que oferecesse oblações ainda que ele não as precisava, senão para que aprendesse a servir a Deus. Irineu (180 d.C.)
Por amor a outro o cristão se faz pobre a si mesmo, para que não passe por alto a nenhum irmão que tenha necessidade. Compartilha, especialmente se crê que ele pode suportar a pobreza melhor do que seu irmão. Também considera que o sofrer de outro é seu próprio sofrer. E se sofre algo por ter compartilhado de sua própria pobreza, não se queixa. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Possuir, por uma parte, o suficiente e não se angustiar por tê-lo que procurar; e, por outra, socorrer aos que convenha. Porque, de não ter ninguém nada, que comunhão de bens poderia dar-se entre os homens?... Como dar de comer ao faminto, de beber ao sedento, vestir ao nu, acolher ao desamparado, coisas pelas que, de não se fazer, ameaça o Senhor com o fogo eterno e as trevas exteriores, se cada um começasse por carecer de tudo isso? Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Não é humano nem equitativo dizer palavras como estas: “Está em minha mão e minha sobra Por que não desfrutar?” Em mudança, é mais conforme ao amor: “Está a minha disposição, Por que não o repartir entre os povres?” Efetivamente, é perfeito quem cumpre o preceito: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” Leste é o verdadeiro gozo, a verdadeira riqueza que acumula tesouros para si, enquanto o gastar para satisfazer os vãos desejos se tem de considerar como esbanje e não como gasto. Sei muito bem que Deus nos permitiu fazer uso das coisas, mas dentro dos limites da estrita necessidade, e quis que este uso fosse comum a todos. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
É correto suprir a necessidade; mas não está bem sustentar a ociosidade. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
“A qualquer que te peça, dá-lhe.” Porque verdadeiramente Deus se deleita no dar. E este dito está cheio de divindade: não esperar a que alguém nos peça, senão procurar a quem merecem receber a bondade… ¡Oh divina mercadoria! Um procura a imortalidade com o dinheiro; e ao dar as coisas perecíveis do mundo, um recebe a mudança uma mansão eterna nos céus. Clemente de Alexandria (195 d.C.) (Escrito aos pagãos) Nossa compaixão gasta mais nas ruas do que vocês em seus templos. Tertuliano (197 d.C.)
Se teu irmão se encontra débil (falo do homem pobre) e jaz enfermo, não o visites com as mãos vazias. Faz o bem adiante de Deus. Paga tua obediência com teu dinheiro… Não há valor em visitar somente com palavras, mas sim com ajuda. (Visitá-lo só com palavras) seria maldade contra teu irmão que está enfermo pela falta de alimentos. ¡Não o sacies com palavras! ¡Teu irmão precisa comida e bebida! Comodio (240 d.C.) Fixa-te quanto peca ele na igreja: ¡Aquele que se prefere a si mesmo e a seus filhos que a Cristo! Tal pessoa preserva suas riquezas e não compartilha seus abundantes bens para aliviar a pobreza dos povres. Cipriano (250 d.C.) Quanto mais poderia Ele estimular as obras de nossa justiça e misericórdia, ao dizer que ao dar aos povres e aos pobres, damos-lhe a Ele? Cipriano (250 d.C.) Para manter esta irmandade, Deus quer que façamos sempre o bem, nunca o mau. E Ele mesmo nos ensina em que consiste fazer o bem: ajudar aos humildes e desgraçados, dar de comer aos que não tenham alimento. Sendo piedoso, quis que os homens vivamos em sociedade e que vejamos em cada pessoa nossa mesma natureza. Não merecemos ser livrados nos perigos se não socorremos aos demais; nem receber auxílio se o negamos nós. Lactâncio (304-313 d.C.)
Alguém poderia argumentar: “Se eu fizesse todas estas coisas (compartilhar nossos bens com os povres), não teria posses. E daí se uma grande quantidade de pessoas estivesse em necessidade, sofrendo frio, sendo levada cativa e tivesse que morrer? Se alguém atuasse deste modo, ¡se privaria de seus bens num só dia! Deveria jogar eu os bens que adquiri por meio de meu próprio trabalho ou o de meus pais? Deveria viver eu mesmo da lástima de outros?” (Resposta de Lactâncio:) Por que temes converter um bem frágil e perecível num que é eterno? Por que temes confiar teus tesouros a Deus como o preservador deles? Pois, se o fizesses, não temerias aos ladrões nem ao tirano. O que é rico para com Deus, nunca pode ser pobre. Se amas a justiça, deixa de lado então o ônus que te oprime e segue a justiça. Livra-te tu mesmo da escravatura e as correntes para que possas correr a Deus sem nenhum obstáculo. Lactâncio (304-313 d.C.)
Mas (os pagãos fazem uma distinção entre estas coisas). Isto se deve a que estes medem todas as coisas por sua utilidade presente, não pela verdade mesma. Pois estes esperam que aqueles a quem socorrem do perigo, devolvam-lhes o favor. No entanto, já que os pagãos não podem esperar nada dos pobres, pensam que o dar a este tipo de homens é um desperdício… Não obstante, nós não devemos dar nossas provisões a pessoas indicadas (aos que nos podem devolver), senão tanto como seja possível aos não indicados. Porque quando um o faz sem esperar nada a mudança, verdadeiramente o faz por causa da justiça, a piedade e a humanidade. Lactâncio (304-313 d.C.)
Por que fazes distinção entre pessoas? Por que olhas as aparências corporais?... Sei generoso com os cegos, os débeis, os coxos e os destituídos. Pois eles morrerão a não ser que tu lhes concedas teus dons. Eles podem ser inúteis para os homens, mas são úteis para Deus; porquanto Ele preserva a vida neles e os dota de respiração. Lactâncio (304-313 d.C.)
II. Recompensas por ajudar aos povres (Voltar Aporta)
O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício. Provérbios 19:17.
Muito melhor é a oração acompanhada com o jejum, e dar esmola vivendo honradamente, que ter riquezas e ser malvado. Muito melhor é dar esmola do que conseguir montões de ouro. Dar esmola salva da morte e purifica tudo pecado. Os que dão esmola gozarão de longa vida. Tobias 12:8-9.
Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Lucas 12:33.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. Mateus 6:3-4.
Este, fitando nele os olhos e atemorizado, perguntou: Que é, Senhor? O anjo respondeu-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. Atos 10:4.
Tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados. 1 Pedro 4:8.
Mas tudo o que tomada sobre si o ônus de seu próximo, tudo o que deseja beneficiar a um que é pior em algo no qual ele é superior, tudo o que provê aos que têm necessidade as posses que recebeu de Deus, passa a ser um deus para aqueles que o recebem dele, é um imitador de Deus. Epístola a Diogneto (125-200 d.C.)
Quando possam fazer bem, não o demorem, porque a esmola livra da morte. Policarpo (135 d.C.)
O dar esmola é, pois, uma coisa boa, como o arrepender-se do pecado. O jejum é melhor do que a oração, mas o dar esmola melhor do que estes dois. E o amor cobrirá multidão de pecados, mas a oração feita em boa consciência livra da morte. Abençoado o homem que tenha abundância delas. Porque o dar esmola tira o ônus do pecado. Segunda de Clemente (150 d.C.)
Por tanto, em vez de campos, compra almas que estejam em tribulação, como pode cada qual, e visita às viúvas e os órfãos, e não o descuides; e gasta tuas riquezas e todos teus recursos, que recebeste de Deus, em campos e casas desta classe. Porque para este fim lhes enriqueceu o Senhor, para que possam executar estes serviços seus. É muito melhor comprar campos [e posses] e casas desta classe, que acharás em tua própria cidade (o céu) quando vás residir a ela. Esta distribuição abundante é formosa e gozosa e não traz tristeza nem temor, senão gozo. Hermas (150 d.C.)
Os dois, pois, cumprem sua obra; o pobre fazendo intercessão, no qual é rico [e que ele recebe do Senhor]; e a devolve, outra vez, ao Senhor que se a proporciona. O rico, também, do mesmo modo provê ao pobre, sem vacilar, as riquezas que recebeu do Senhor. E esta obra é grande e aceitável a Deus, porque (o rico) entende (o objeto) de suas riquezas, e provê para o pobre dos tesouros do Senhor, e realiza o serviço do Senhor retamente. Hermas (150 d.C.)
Digo, ademais, que todo homem deve ser resgatado da desgraça; porque o que tem necessidade, e sofre desgraças em sua vida diária, está em grande tormento e necessidade. Por conseguinte, tudo o que resgata da penúria uma vida desta classe, obtém um grande gozo para si mesmo. Porque o que é fustigado pela desgraça desta classe é afligido e torturado com igual tormento que o que está em correntes. Porque muitos homens, por causa de calamidades desta classe, como já não o podem resistir mais, recorrem à violência contra eles mesmos (o suicídio). Por tanto, o que conhece a calamidade de um homem desta classe e não o resgata, comete um grande pecado, e se faz culpado do sangue do mesmo. Façam, pois, boas obras todos os que tenham recebido (benefícios) do Senhor. Hermas (150 d.C.)
O homem bom, se é prudente e justo, guarda riquezas no céu. Este, vendendo os bens do mundos e repartindo-os aos povres, encontra um tesouro imperecível, “onde não existe nem ladrão.” Este homem realmente abençoado, por mais insignificante, enfermo e desprezível que pareça, possui, em verdade, o maior dos tesouros. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Os pecados são limpados pelas esmolas e os atos de fé. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Aqueles que oram não deveriam apresentar-se a Deus com orações sem fruto ou vazias… Ele nos dará no dia do Juizo um prêmio por nossas obras e esmolas. Ademais, inclusive nesta vida, Ele é um ouvidor misericordioso daquele que vem a Ele em oração unida com boas obras. Por exemplo, Cornélio o centurião ouviu uma voz enquanto orava. Porque este tinha o costume de fazer muitas obras de caridade para o povo e orava constantemente a Deus. Um anjo apareceu… a este homem dizendo: “Cornélio, tuas orações e tuas esmolas subiram para memória adiante de Deus.” Cipriano (250 d.C.) Nós temos por pátria o Paraiso… ¡Que alegria tão grande para eles (os Martires) e nós chegar a sua presença e abraçá-los, que prazer desfrutar lá do reino do céu sem temor de morrer e daí dita tão soberana e perpétua com uma vida sem fim! …ali (estarão) os galardoados por sua misericórdia, que fizeram obras boas, socorrendo aos pobres com esmolas, que, por cumprir os preceitos do Senhor, transferiram seus bens terrenos aos tesouros do céu. Corramos, irmãos amados, com insaciável anseio depois destes, para estar em seguida com eles; desejemos chegar cedo a Cristo. Veja Deus estes pensamentos, e que Cristo contemple estes ardentes desejos de nosso espírito e fé; Ele outorgará maiores favores de seu amor aos que tiverem maiores desejos dele. Cipriano (250 d.C.)
Ele nos mostra que nossas orações e jejuns são de menos valor se não são acompanhadas pelas esmolas… A vida é livrada dos perigos e as almas da morte por dar esmolas. Cipriano (250 d.C.)
III. Fazer amigos com as riquezas injustas (Voltar Aporta)
Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos templos eternos. Lucas 16:9.
E sabendo que nós também faríamos bem ao possuir algo recebido de outros, disse: “O que tenha duas túnicas dê uma ao que não tenha, e faça o mesmo quem tenha comida”; e: “Tive fome e me deram de comer, nu e me vestiram”; e: “Quando dês esmola, que tua mão esquerda não saiba o que faz tua direita.” O mesmo se diga de todas as obras de beneficência pelas quais somos justificados, como se isentássemos o nosso ao dar do alheio. E digo do alheio, não porque o mundo seja alheio a Deus, senão porque recebemos de outros esses bens, bem como os hebreus os receberam dos egípcios que não conheciam a Deus. E usando-os construímos em nós mesmos o santuário de Deus, quanto Deus habita em quem fazem o bem. Como diz o Senhor: “Façam amigos com o dinheiro injusto, para que eles, quando se os jogue, recebam-lhes nos eternos templos.” Nós, pois, somos justificados como crentes quando convertemos em utilidade para o Senhor aquilo que como pagãos tínhamos adquirido da injustiça. Irineu (180 d.C.)
É absurdo que um desfrute quando os demais passam necessidade. ¡Quanto mais razoável é gastar a favor dos homens do que gastar em pedras preciosas e ouro! ¡Quanto mais útil é possuir amigos que nos enfeitem do que enfeites sem alma! Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Contrário ao que é o caso com o resto dos homens, reúne par ti mesmo um exército que não possua armas bélicas, não sangrento, pacífico e sem mancha: um exército de anciãos piedosos, órfãos queridos por Deus, viúvas armadas com mansidão e homens enfeitados com amor. Obtém com teu dinheiro tais guardas para teu corpo e tua alma… Todos estes guerreiros e guardas são dignos de confiança. Nenhum deles é ocioso ou inútil. Alguns deles podem obter o perdão de Deus para ti. Outros podem consolar-te na doença. E inclusive outros podem chorar e gemer a favor de ti adiante do Senhor. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
IV. Como oferecem no culto (Voltar Aporta)
Porque pareceu bem ã Macedônia e ã Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Romanos 15:26.
Ora, quanto ã coleta para os santos fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galiléia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar. E, quando tiver chegado, mandarei os que por carta aprovardes para levar a vossa dádiva a Jerusalém. 1 Coríntios 16:1-3.
Não sejas dos que estendem a mão para receber e a encolhem para dar. Amarás como à menina de teus olhos a tudo o que te fala do Senhor… Não vacilarás em dar, nem quando dês murmurarás, senão que conhecerás quem é o bom pagador de teu galardão. Barnabé (70-130 d.C.)
Ao sair o Apostolo, devem prover-lhe de pão para que possa ir à cidade onde se dirija: se pede dinheiro, é um falso profeta… O profeta, que falando pelo espírito, ordenar a mesa e comer dela, é um falso profeta. O profeta que ensinar a verdade, mas não fizer o que ensina, é um falso profeta. Se alguém, falando pelo espírito, pedir-lhes dinheiro ou outra coisa, não lhe façam caso. Didaquê (80-140 d.C.)
Os que têm as manchas são Diaconos que exerceram mal seu ofício, e saquearam a substância de viúvas e órfãos, e fizeram ganho para si com as administrações que tinham recebido para executar. Estes, pois, se permanecem no mesmo mau desejo, são mortos e não há esperança de vida para eles. Hermas (150 d.C.)
O dia que se chama do sol [o domingo], celebra-se uma reunião de todos os que vivem nas cidades ou nos campos, e se lêem as recordações dos Apostolos ou os escritos dos profetas, enquanto há tempo… Os que têm e querem, dão livremente o que lhes parece bem; o que se recolhe se entrega ao que dirige para que socorra com isso a órfãos e viúvas, aos que estão povres por doença ou outra causa, aos encarcerados, aos forasteiros que estão de passagem: em resumo, se lhe constitui em provedor para quem se ache na necessidade. Justino Mártir (160 d.C.)
Mas eles (os hereges), e a meu Juizo com toda razão, não querem ensinar abertamente a todos, senão só a quem podem pagar bem por tais mistérios. Pois estas coisas não se parecem àquelas das que disse o Senhor: “Dêem grátis o que grátis receberam.” Irineu (180 d.C)
Foi seu costume, desde o princípio, fazer bem de diferentes maneiras a todos os irmãos e de enviar socorros às muitas igrejas que há em cada cidade. Assim aliviam a miséria dos indigentes e provêem as necessidades dos irmãos que estão nas minas mediante os recursos que mandaram desde um princípio. Dionisio de Corinto (século II)
Temos uma espécie de caixa, seus rendimentos não provem de quotas fixas, como se com isso se pusesse um preço à religião, senão que cada um, se quer ou se pode, contribui uma pequena quantidade o dia assinalado de cada mês, ou quando quer. Em isto não há compulsão alguma, senão que as contribuições são voluntárias, e constituem como um fundo de caridade. Efetivamente, não se gasta em banquetes, ou bebidas, ou vaidades inúteis, senão em alimentar ou enterrar aos pobres, ou ajudar aos meninos e meninas que perderam a seus pais e seus bens, ou aos anciãos confinados em suas casas, aos náufragos, ou aos que trabalham nas minas, ou estão desterrados nas ilhas ou prisões ou nos cárceres. Tertuliano (197 d.C.)
Mas dizem (os pagãos): justamente os sacerdotes se irritam devido à inutilidade dos cristãos, porque cada dia se diminuem os tributos nos templos, “já que não há um cristão que arroje aos deuses um dinheiro.” Senhores, não é culpa nossa; considerem que nosso trabalho não basta para sustentar a homens pobres (os sacerdotes) e deuses mendigos, e entendemos que a esmola não se tem de dar, senão ao que a chega a pedir. Se quer Júpiter que lhe demos, fale, peça, alongue a mão e receba, enquanto estende o braço, saiba que nossa piedade gasta mais com os pobres que pedem de rua em rua, que sua religião com os deuses que pedem de templo em templo. Tertuliano (197 d.C.)
Numa carta dirigida aos cristãos encarcerados, Tertuliano escreveu:
Entre os alimentos que para o corpo ¡Oh, escolhidos e ditosos Martires! envia-lhes ao cárcere a senhora igreja, nossa mãe, sacados de seus peitos e do trabalho, de cada um dos fiéis (se refere às oferendas voluntárias dos cristãos), recebam também de mim algo que nutra seu espírito (uma carta). Tertuliano (197 d.C.)
A seguinte citação foi escrita aos bispos e Diaconos de Cartago, África, sobre como distribuir o dinheiro coletado na congregação.
Com respeito ao fornecimento de recursos, rogo-lhes que nada falte, tanto aos que por confessar gloriosamente ao Senhor estão no cárcere, como aos que vendo-se em pobreza e necessidade, permanecem, não obstante, fiéis ao Senhor. Cipriano (250 d.C.) VER TAMBÉM DIZIMOS; ÓRFÃOS E VIÚVAS; PROSPERIDADE E POBREZA; VIDA DOS CRISTÃOS, O ESTILO DE