IGREJA E O ESTADO, A
Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Mateus 22:21.
Respondendo Pedro e os Apostolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens. Atos 5:29.
Toda alma esteja sujeita as autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Romanos 13:1.
Pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. 1 Timóteo 2:2.
Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei. 1 Pedro 2:17.
(Os cristãos) residem em seus próprios países, mas só como transeuntes; compartilham o que lhes corresponde em todas as coisas como cidadãos, e suportam todas as opressões como os forasteiros. Todo país estrangeiro lhes é pátria, e toda pátria lhes é estranha… Se acham na carne, e, com tudo, não vivem segundo a carne. Sua existência está na terra, mas sua cidadania está no céu. Obedecem as leis estabelecidas, e ultrapassam as leis com suas próprias vidas. Epístola a Diogneto (125-200 d.C.)
O procônsul disse: “Convence ao povo.” Mas Policarpo contestou: “Quanto a ti, considerei que és digno de falar-te; porque se nos ensinou a render honra como é devido aos príncipes e autoridades designadas por Deus, salvo que não seja em nosso preJuizo. Martírio de Policarpo (135 d.C.)
Quanto aos tributos e contribuições, nós antes que ninguém tentamos pagá-los a quem vocês designaram para isso em todas as partes: assim se nos ensinou. Quando se lhe acercaram alguns para perguntar-lhe se tinha que pagar o tributo ao César, Ele respondeu: De quem é esta imagem e esta inscrição? Responderam-lhe: Do César. Então lhes disse: Dêem, pois, ao César o que é do César e A Deus o que é de Deus. Por isso, só adoramos a Deus, mas em tudo o demais lhes servimos a vocês com gosto, reconhecendo que são imperadores e governantes dos homens e rogando que, junto com o poder imperial, advirta-se que também são homens de prudente Juizo. Justino Mártir (160 d.C.)
Por que se empenham, oh gregos, em que, como em luta hostil, choquem as instituições do Estado contra nós? Se não quero seguir os costumes de certos povos, por que tenho de ser odiado como o ser mais abominável? O Imperador manda pagar tributos, e eu estou disposto a fazê-lo. Meu amo o quer que lhe esteja sujeito e lhe sirva, e eu reconheço esta servidão. Porque, efetivamente, ao homem se lhe tem de honrar humanamente, mas temer só se tem de temer a Deus, que não é visível aos olhos humanos nem é por arte alguma compreensível. Só se me manda negar a Deus não estou disposto a obedecer (ao Imperador), senão que antes sofrerei a morte, para não me declarar mentiroso e ingrato. Taciano (160 d.C.)
Eu não desejo ser um rei. Não anseio ser rico. Rejeição toda posição militar… Não compito por uma coroa. Estou livre de uma sede excessiva pela fama. Desprezo a morte… ¡Morram ao mundo, repudiando a loucura que há em ele! ¡Vivem para Deus! Taciano (160 d.C.)
(Escrito por um crítico pagão do cristianismo) Suponham que (a vocês os cristãos) ordenem-lhes jurar pelo Chefe do Império. Não há nenhum mal em fazer tal coisa. Porque, é entre suas mãos em onde foram colocadas as coisas da terra, e é dele de quem recebem todos os bens da existência… Se tentam destruir este princípio, o príncipe os castigará, e razão terá; é que se todos os demais fizessem como vocês (os cristãos), nada im¬pediria que o Imperador ficasse solitário e abandonado e o mundo inteiro se tornaria presa dos bárbaros mais selvagens e mais grosseiros. Celso (178 d.C.)
AOS cristãos não lhes é permitido usar a violência para corrigir as faltas do pecado. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Não temos nação alguma na terra. Por tanto, podemos desprezar as posses do mundos. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
Tudo zelo na busca de glória e honra está morto em nós (os cristãos). De maneira que nada nos pressiona a participar em suas reuniões públicas. Ademais, não há outra coisa mais totalmente alheia a nós do que os assuntos do Estado. Reconhecemos um único domínio que o abarca tudo: o mundo. Renunciamos a todos os espetáculos de vocês. Tertuliano (197 d.C.)
Será lícito seguir uma profissão que emprega a espada, quando o Senhor proclama que ‘todos os que tomem a espada, a espada perecerão’? Participará o filho da paz na batalha, quando nem sequer convém que leve seus pleitos ante a lei? Poderá usar a corrente, o cárcere, a tortura e o castigo, quando nem sequer se vinga da injustiça? Tertuliano (197 d.C.)
Quais coisas serão de Deus se todas as coisas são do César? Tertuliano (197 d.C.)
Nós invocamos pela Saude do Imperador ao Deus eterno, a Deus verdadeiro, a Deus vivo, a quem eles mesmos, mais do que a outros deuses, desejam ter propício… Assim está orando em comunidade nossa santa companhia, pedindo a Deus por todos os imperadores longa vida, império quieto, palácio seguro, exércitos fortes, Senado leal, povo honrado, inundo pacífico, que é tudo o que desejam os imperadores como publicos ministros e pessoas particulares… Assim estamos com esta postura rogando a Deus pelos imperadores. Vinga, pois, abram as unhas de ferro brechas nas carnes; finquem-nos em altas cruzes; lambam as línguas de fogo; degolem as espadas; acometam-nos as feras; que aquela disposição e figura com que o cristão roga a Deus, é um disposição para todo linhagem de morte; é postura que desafia os tormentos. Continuem presidentes bons, atendam à perseguição, atormentem a vida dos que assim rogam pela Saude do César, e chamem delito à verdade da oração, à devoção crendice, à postura crime. Tertuliano (197 d.C.)
Os cristãos têm preceito para redundância da benignidade de rogar a Deus por seus inimigos, e de pedir favores para os que lhes perseguem. Os que têm, pois, preceito de rogar a Deus por seus inimigos, sem dúvida rogarão cuidadosamente pelos imperadores… E não só devemos rogar por eles a título de inimigos, senão porque expressamente, assinalando seus nomes, manda-nos nossa lei rogar a Deus pelos príncipes. “Roguem, diz, pelos reis, pelas potestades, para que viva em tranqüilidade a república.” Tertuliano (197 d.C.)
Mas queria neste segundo crime de lesa majestade de que nos acusam como de segundo sacrilégio, porque não celebramos os dias solenes do César com esse modo que inventou, não a razão, senão o deleite, e nem a modéstia, nem a vergonha, nem a honestidade, nega-se a mostrar a verdade e sua fé, por se talvez os achar eu ainda em isso piores do que os cristãos que chamam incrédulos dos romanos e inimigos publicos dos imperadores. Tertuliano (197 d.C.)
A um soldado da autoridade civil se lhe deve ensinar a que não mate aos homens e a que se negue a fazê-lo sé se lhe ordenasse, e também a negar-se a prestar juramento. Se ele não está disposto a cumprir, se lhe deve recusar para o batismo. Um comandante militar ou um juiz da corte que esteja ativo têm que renunciar ou ser recusado. Se um candidato ou um crente procura converter-se em soldado, terá que ser recusado por ter desprezado a Deus. Hipólito (200 d.C. d.C.)
Tudo bom se a lei da natureza, ou seja, a lei de Deus, manda que se faça o que se opõe à lei escrita (do governo)? Até a própria lógica nos diz que nos despeçamos do código escrito… e que nos entreguemos a nosso Legislador, Deus. Isto é assim ainda que ao fazê-lo seja necessário que nos enfrentemos a perigos, a inumeráveis provas, e até a morte e a desonra. Orígenes (225 d.C.)
Nossas orações derrotam a todos os Demonios que provocam a guerra. Esses Demonios também fazem que as pessoas violem seus juramentos e alterem a paz. Por conseguinte, desta maneira, nós somos bem mais úteis aos reis do que aqueles que vão ao campo de batalha para brigar por eles. E também tomamos parte nos assuntos publicos quando sumamos os exercícios de abnegação a nossas orações e meditações justas, as quais nos ensinam a desprezar os prazeres e a não nos deixar levar por eles. De maneira que ninguém luta melhor pelo rei do que nós. Em realidade, nós não brigamos sob seu comando, ainda se nos o exigisse. No entanto, brigamos a seu favor, formando um exército especial, um exército de santidade, por meio de nossas orações a Deus. E se ele desejasse que “dirigíssemos exércitos em defesa de nosso país,” saiba que também fazemos isto. E não o fazemos com o objetivo de ser vistos pelos homens ou por vangloria. Já que em segredo, e em nossos corações, nossas orações ascendem a favor de nosso próximo, como se fôssemos sacerdotes. De maneira que os cristãos são benfeitores de seu país mais do que as demais pessoas. Orígenes (225 d.C.)
Deus pudesse ter conferido a seu povo, os cristãos, tanto riquezas como reinos, do mesmo modo como anteriormente lhes tinha entregado aos judeus, cujos sucessores e posteridade somos nós. No entanto, Ele deseja que os cristãos vivam sob o poder e governo de outros, a não ser que eles chegassem a corromper-se pela felicidade da prosperidade, e caíssem na luxúria e por fim desprezem os mandamentos de Deus. Pois, isto é o que nossos antepassados fizeram. Lactâncio (304-313 d.C.)
Quando os homens nos ordenam atuar em oposição à lei de Deus e à justiça, não temos que fazer caso de ameaças e castigos que viriam sobre nós. Pois, preferimos obedecer os mandamentos de Deus que os mandamentos dos homens. Lactâncio (304-313 d.C.)
VER TAMBÉM CARGOS publicos; GUERRA; IMPOSTOS; NÃO RESISTÊNCIA; MUNDO, SEPARAÇÃO DO; PATRIOTISMO